O que significa filtrar um vinho? Por que há rótulos que informam que o vinho não passou por processo de filtragem em sua elaboração?
Filtrar um vinho, em geral,
busca retirar sedimentos, e tornar a cor do vinho mais límpida, o que influi em
sua análise sensorial (visual, no caso, um dos 3 critérios que se leva em conta
na avaliação clássica de um vinho).
Utiliza-se, ainda, a
filtragem com o escopo de eliminar leveduras e bactérias.
A depender da variedade da
uva, vinhos fortes não sofrem tanto com a filtragem (Cabernets Sauvignons, por exemplo,), pois têm taninos mais
potentes.
Já vinhos mais leves, como os
elaborados com a Pinot Noir, podem
ser afetados, sofrendo alteração significativa.
Na verdade, filtrar ou não
filtrar é uma das grandes escolhas a serem feitas pelo enólogo. É uma decisão
do enólogo e pode ser dispensada quando há cuidado desde o início do processo.
Em síntese, a filtragem pode ser necessária para evitar que o vinho seja deteriorado pela ação de bactérias malignas, e, em outros, a filtragem torna um vinho inferior.
Anos atrás, Robert Parker
Jr., famoso crítico norte-americano, iniciou verdadeira cruzada contra a
filtragem de vinhos, o que, certamente, influenciou muitos enólogos.
As diferenças entre o mesmo
vinho (mesmos cortes, uvas, safra e vinhedo) filtrado ou não podem, em muitos
casos, influenciar a distinção entre um grande vinho e um vinho apenas muito bom.
Vinhos não filtrados podem,
em regra, ser considerados mais autênticos quanto ao seu terroir, daí porque se faça questão de constar no rótulo que o
vinho não foi filtrado (ao contrário, não conheço rótulo em que o produtor acuse
o uso de chips de madeira, por
exemplo).
A grande arte é saber quando se deve filtrar o vinho.
Sláinte!
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