Como já tive a oportunidade de mencionar, um dos meus divertimentos
preferidos em viagens, seja para onde for, é participar de degustações
temáticas, aulas sobre vinhos e afins (relembre posts sobre degustações em Buenos Aires e em Paris). Não apenas para conhecer
ou aprofundar o conhecimento em determinado tema enológico, mas, sobretudo,
para testemunhar como o conhecimento do vinho é abordado e transmitido. Podemos
verificar isso até mesmo em cartas de vinhos de restaurantes e em lojas
especializadas (e.g. norte-americanos
organizam tudo, em geral, com base na casta, depois especializando por região;
franceses e ingleses se focam na origem do vinho, e não na cepa).
Recentemente, participei, juntamente com minha esposa e um amigo, de uma
deustação temática sobre Barolos
promovida pela Morrell, uma das
minhas lojas de vinhos preferidas em Nova York, localizada na 49th Street,
entre a Quinta e a Sexta avenidas, no famoso Rockefeller Center. A Morrell,
embora pequena em espaço se comparada com grandes lojas americanas como Total Wine e K&L, como, aliás, por razões óbvias ocorre em regra em Manhattan, possui excelente seleção (um
dos poucos lugares em que vi os deliciosos Zinfandel e Petite Sirah da Turley).
Os preços são razoáveis (os vinhos em Manhattan
tendem a ser mais caros que em outras partes dos EUA), mas ainda um excelente
negócio, em especial se compararmos com os estratosféricos preços pratiados
aqui.
A Morrell possui um
departamento educacional, responsável por organizar degustações temáticas e
eventos similares, com os mais variados temas. No período em que estaríamos na
cidade haveria a degustação temática de Barolos, uma semana depois haveria uma
de Pinot Noir do Oregon e da
Califórnia, e muitas outras ao longo do ano.
A degustação da qual participamos era intitulada The Wines of Barolo: Old and New, conduzida por Brett Lindstrom, à
época Director of Education da Morrell & Co. O foco da degustação
era demonstrar estilos diversos de Barolo,
contrapondo produtores tradicionalistas a produtores mais modernos, e contrastar
vinhos mais jovens, alguns já prontos, de outros mais maduros.
A degustação começou às 19h15min, encerrando às 21h, embora ainda
tenhamos permanecido no local por mais um quarto de hora conversando com Brett
e os demais participantes e “acabando” com as garrafas abertas.
Inicialmente, Brett explicou resumidamente os vinhos da DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita)
Barolo, situando-os geograficamente,
distinguindo-os de outros vinhos elaborados com a casta Nebbiolo, como os Barbarescos.
Nessa breve fase inicial, e dentro do objetivo da degustação, nosso
anfitrião destacou que a Old School
utilizava na elaboração de seus vinhos tanques de cimentos e grandes barricas
de carvalho esloveno, enquanto a Modern
School se valia de barricas menores, como as bordalesas, e de carvalho
francês. Também foram destacadas as melhores safras recentes, 1989, 1996, 2004
e 2005.
Na sequência, e esse era o ponto do evento, foram degustados os vinhos,
que eram sete, divididos em três sequências (flights).
O primeiro flight era composto
dos seguintes vinhos: Silvio Grasso
Barolo DOCG 2007; Aurelio Settimo DOCG Barolo 2007 e Luigi Einaudi Barolo Terlo 2007. Destes o Aurelio Settimo se destacou dos demais, inclusive sendo o preferido
de minha mulher dentre todos os degustados.
Já o segundo flight era
composto de dois vinhos, o Azelia Barolo
Bricco Fiasco 1997 e o Azelia Barolo
Bricco Fiasco 2008, ambos espetaculares.

O último flight foi compostos
de dois poderosos vinhos, o Giacomo
Conterno Barolo Cascina Francia 2000 e o La Spinetta Barolo Campé 2001, ambos espetaculares, já prontos,
porém ainda com muita vida pela frente.
Vale, por fim destacar, que o evento ocorreu na própria loja, já fechada
ao público, e foram servidos pães e deliciosos queijos italianos especialmente
selecionados para harmonizar com os vinhos servidos.
Uma belíssima experiência! Cheers!
Alla nostra salute!
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