Quando
falamos em harmonização do vinho não raro nos referimos especificamente ao seu
casamento com a comida.
No entanto,
o vinho muitas vezes é escolhido em função da ocasião e da companhia, como
abrir uma garrafa especial no dia do aniversário de um ente querido ou em outra
data especial (como, v.g., um Joseph Phelps Insignia 2004 para
comemorar os 10 anos de casamento), ou ainda para apresentar
vinhos recém-descobertos a amigos (apreciadores ou não).
Outra forma
de apreciar um bom vinho seria - pelo menos para este que vos escreve - lendo
um bom livro, assistindo a um filme, ou ainda escutando boa música, em especial
Jazz, e seu “primo” o Blues. Acho que é aqui que entra o termo
“vinhos de meditação” (embora este seja reservado geralmente a vinhos
fortificados como o Porto).
Não sou um
experto em Jazz, porém me considero
um apreciador. E infelizmente, embora viva em uma das cidades mais
efervescentes culturalmente do Brasil, e berço de diversos estilos musicais,
como Samba e Bossa Nova, a cena local no tocante ao Jazz é muito, diria, incipiente, com pouquíssimas opções de clubes
e casas do gênero.
Assim, não
raro busco em viagens não apenas novos restaurantes, vinícolas, enotecas
e bares de vinhos, mas também locais em que possa assistir a boas performances
de Jazz, em geral clubes mais
intimistas. E se acompanhado de um bom vinho, melhor ainda!
Sem
qualquer dúvida, a Cidade-Luz
é uma das melhores cidades
para encontrar bons shows de
Jazz, em especial aqueles mais
intimistas.
Faz alguns
meses visitei não uma, mas sim duas vezes, o clube de Jazz parisiense Les Duc des
Lombards (localização central, perto da estação de metrô Châtelet, 42 Rue des Lombards 75001).
Na primeira
noite assistimos Jazz à la Creole,
com Evan Christopher & Don Vappie
Trio, Jazz no melhor estilo de New Orleans.
Já na
segunda noite a apresentação era de Paul
Jackson Trio & Pee Wee Elis, diretamente de Oakland, Califórnia, transitando entre o Blues e o Jazz.
Para
harmonizar com as apresentações tábuas de queijos e frios, sandubas diferentes,
e, é claro, uma enxuta, porém funcional carta de vinhos, com opções
interessantes, muitas nada óbvias.
Em ambas as
ocasiões, acabamos por optar pelos brancos, respectivamente o Chablis Premier Cru “Fourchaume” 2011 (Domaine Chantemerle, Adhémar et François
Boudin) e o Sancerre “Les Quarterons”
2009 (Domaine Etienne et Sébastien
Riffault). E ainda fiquei bem tentado com o Drappier Brut Nature Zéro Dosage, um Champagne nada óbvio. Ficou para a próxima vez...
Santé!

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