
Na América do Sul
esta presença também se fez sentir, um pouco mais tarde, sobretudo a partir da
segunda metade da década de 1990, com maior destaque para o Chile e para a
Argentina.
Um dos grupos
franceses pioneiros na procura por novos terroirs
no Chile, foi o respeitado Domaines
Barons de Rothschild Lafite (Château Lafite-Rothschild).
Em 1988 o Domaines Barons de Rothschild Lafite adquiriu
vinhedos no Chile, fundando a vinícola Los Vascos,
batizada em homenagem às raízes bascas dos fundadores.
Hoje a Los Vascos produz uma série de vinhos a
partir de vinhedos nos vales de Colchagua,
Casabanca e Curicó, tendo como
seu vinho flagship o Le Dix, um corte com predominância de Cabernet Sauvignon.
Anos depois, e
seguindo os mesmo passos do projeto Opus
One, a Baronesa Philippine de
Rothschild (Château Mouton Rothschild) firmou, em 1997, com Don Eduardo Guilisasti, Presidente da
vinícola Concha y Toro, parceria para
criar um vinho premium chileno nos
moldes dos grandes vinhos de Bordeaux
e que refletisse o privilegiado terroir
de Puente Alto, no Valle del Maipo, no Chile. Nascia então
a vinícola Almaviva.
A vinícola Almaviva
produz um vinho homônimo e, nos moldes dos grandes Châteaux de Bordeaux, um
segundo vinho, o Epu.
Basicamente, o assemblage do Almaviva é um corte bordalês, com predominância da Cabernet Sauvignon (o corte muda safra a
safra, podendo contar ou não com determinada cepa dentre as comumente usadas em
Bordeaux).
Posteriormente, em
1999, mirando o potencial do Chile como produtor de vinhos, o grupo Baron Philippe Rothschild fundou
uma vinícola própria, a Escudo Rojo (tradução em espanhol do alemão Rote
Shild, o emblema da família), produzindo vinhos em maiores quantidades e com
preços mais acessíveis, sem olvidar a qualidade típica dos projetos do grupo.
Outra iniciativa francesa pioneira no Chile foi a Viña Aquitania
dos enólogos bordaleses Bruno Prats e Paul Pontallier, que se
associaram ao agrônomo e enólogo chileno de origem francesa Felipe de
Solminihac.

Outra vinícola de origem francesa no Chile é a renomada Lapostolle (“Francesa
em essência, chilena de nascimento”) da família Marnier Lapostolle,
proprietários do renomado licor Grand Marnier.
O projeto iniciado em 1994 teve inestimável contribuição para a
indústria vitivinícola chilena quando, em 2008, seu vinho premium, o Clos
Apalta 2005 (42% Carménère, 28% Cabernet Sauvignon, 26% Merlot,
4% Petit Verdot), se sagrou vinho número 1 na prestigiosa lista Top
100 da revista norte-americana Wine Spectator.
Como podemos ver, exemplos não faltam da grande influência francesa no
Chile, havendo ainda outros projetos, como a Viña Laroche, da família Laroche oriunda de Chablis, Borgonha, ou ainda a família francesa Bouchon,
que chegou no Chile ainda no século XIX.
No próximo e último post dessa série, veremos que os franceses
também voltaram sua atenção ao outro lado da cordilheira dos Andes, na vizinha Argentina.
Salud!
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