Carcavelos é uma das mais antigas denominações de origem portuguesas, criada em 1907 e demarcada em 1908, e situa-se próximo da foz do Tejo nas Freguesias de S. Domingos de Rana e Carcavelos, no Concelho de Cascais, e parte da Freguesia de Oeiras, no concelho de mesmo nome.

O reconhecimento e o prestígio dos vinho de Carcavelos eram tão grandes na época do Marquês de Pombal que os vinhos eram utilizados pela Companhia Geral da Agricultura dos Vinhos do Alto Douro (posteriormente Real Companhia Velha) para melhorar a qualidade dos vinhos do Porto.
No século XVIII, por sua alta qualidade, o vinho de Carcavelos foi oferecido pelo rei de Portugal D. José I à Corte de Pequim.


No entanto, na segunda metade do século XIX as vinhas de Carcavelos foram quase totalmente aniquiladas pelo oídio e, posteriormente, pelo surto de filoxera, que quase dizimou todas as vinhas europeias.
Já na segunda metade do século XX, com a rápida expansão urbana e a forte especulação imobiliária nos concelhos de Cascais e Oeiras a produção do vinho de Carcavelos quase se extinguiu, com muitos produtores encerrando suas atividades e os vinhedos dando espaço a empreendimentos imobiliários.


O vinho branco de Carcavelos é o mais comum. As castas recomendadas (mínimo de 75% do assemblage) são a Galego Dourado, a Boal, a Ratinho e a Arinto. As uvas brancas Rabo de Ovelha e Seara Nova são autorizadas a compor o blend em no máximo 25%.
Há também o vinho tinto de Carcavelos. Castelão (Periquita, Santarém ou Trincadeira) e Preto Martinho são as castas recomendadas (mínimo de 75% do assemblage). A cepa Trincadeira-Preta (Espadeiro ou Torneiro) pode ser usada até 25% do blend.
Tanto em brancos quanto em tintos há um estágio mínimo obrigatório de dois anos em barricas de madeira e seis meses em garrafa, a contar da sua elaboração.
Os vinhos de Carcavelos, de forma similar aos vinhos do Porto, podem ter indicação de safra/colheita ou a indicação do tempo de envelhecimento (e.g.15 anos).

No entanto, há boas notícias em relação ao vinho de Carcavelos.
A primeira é que a Villa Oeiras mantém a pleno vapor as suas atividades, inclusive aberta para visitas conjugadas com visita ao palácio do Marquês de Pombal em Oeiras.
Recentemente, tive o grande prazer de visitar a Villa Oeiras, e além de conhecer a história do vinho de Carcavelos degustei três vinhos: dois brancos de 8 e 15 anos, e um tinto retirado da barrica. Todos excelentes, com grande destaque para o de 15 anos.


Saúde e longa vida ao vinho de Carcavelos!
Nota de agradecimento: Agradecimentos especiais ao Manuel José Machado da Confraria do Vinho de Carcavelos que, gentilmente, esclareceu algumas dúvidas.
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