

Em decorrência da grande variedade de solos existente na Alsace (xisto, calcário, vulcânico, marga, granito, gnaisse, arenito, areia, argila, loess etc...), encontrados sós ou mesclados nas mais variadas combinações, somada aos diversos microclimas existentes na região - ideais para uma ou outra variedade de uva – a clássica noção francesa do vinho como expressão de um local único passou a se sobrepor à valorização - vigente até pouco tempo - da cepa.

Após a criação (contínua) das denominações autônomas Grand Cru (cada Grand Cru é uma AOP autônoma), e de forma a explorar e destacar ainda mais as diversas nuances e especificidades do terroir alsaciano, a partir de 2011 surgiram, dentro da AOP Alsace, as subcategorias Communal e Lieu-Dit.

Este é o sistema atual de denominações da Alsácia e suas subcategorias:
1. AOP Alsace (73% de toda a produção):
1.1. Comum – Produz brancos, rosés e tintos, com uvas de qualquer parte da região;
1.2. Comunal – Produz brancos e tintos a partir de uvas de determinado vilarejo. Há 13 vilarejos que podem ser enquadrados nessa subcategoria: Bergheim, Bliensschwiller, Coteaux du Haut Koenigsbourg, Côtes de Rouffach, Côtes de BArr, Klevener de Heiligenstein, Ottrott, Rodern, Scherwiller, St. Hippolyte, Vallée Noble, Val. St.-Grégoire, Wolxheim;
1.3. Lieu-Dit – Refere-se a um vinhedo ou parcela de um vinhedo de notável e única expressão. Os padrões são mais rigorosos que os das demais categorias, com rendimentos mais restritivos.
2. AOPs Grand Cru (4% de toda a produção): Como ocorre na Borgonha, são os vinhedos que são classificados como Grand Cru, e não o vilarejo (como ocorre em Champagne) ou o produtor. São vinhedos considerados excepcionais por conta do solo, da exposição solar, dentre outros fatores. Essa categoria é reservada apenas para vinhos brancos e monovarietais elaborados com as uvas Riesling, Pinot Gris, Gewürztraminer ou Muscat. Há algumas exceções a essa regra, como a autorização do uso da Sylvaner para vinhos monovarietais do Grand Cru Zotzenberg, ou ainda os Grand Crus Altenberg de Bergheim e Kaefferkopf, com detalhamentos específicos, podendo ser monovarietais ou assemblages (estes em geral decorrentes de field blends locais, ou seja, parreiras de uvas distintas misturadas no vinhedo).
3. AOP Crémant d’Alsace (23% de toda a produção): Produz vinhos espumantes somente pelo método tradicional (segunda fermentação em garrafa), podendo ser brancos (monovarietais ou cortes, com as uvas Pinot Blanc, Riesling – as duas principais -Pinot Gris, Chardonnay, Pinot Noir e Auxerrois) ou rosés, estes por maceração ou por saignée (“sangria”). Há diferentes níveis de doçura, do Extra-Brut ao Demi-Sec, de forma muito similar à da AOP Champagne.

Por fim, há ainda rótulos com termos que não são regulamentados, como Réserve, Prestige, Réserve Personelle, dentre outros, e utilizados por alguns produtores para hierarquizar ou diferenciar certos vinhos de seu portfólio, dando-lhes um certo destaque.
Santé!
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