quarta-feira, 7 de março de 2012

Domingo é dia de frango de padaria

Mas aqui (Munique) padaria não abre aos domingos e não assa frango...

Então, resolvi tentar uma receita caseira de frango "de padaria".

Primeiro: o frango... que comprei ontem, pois supermercado também não abre aqui aos domingos. Comprei um Frango-Bio, ou seja de criação biológica, que visualmente se parece com um galeto... Interessante ver que frango é naturalmente pequeno e magro... sem "silicone". Há quem discorde, mas sem silicone - ou melhor sem hormônio - é mais gostoso, mesmo que seja pequeno.

Achei por bem preaquecer o forno a 250 graus, enquanto temperava o frango. Para o tempero usei meia cabeca de alho no espremedor, uma colher de mostarda tipo Dijon (ou seja, mostarda), algumas gotas de limão galego, pimenta moída, sal e óleo Carotino. As quantidades dependem do tamanho do frango e do gosto por alho. Gosto de temperos com muito alho – herança da culinária materno-portuguesa –, mas confesso que, como o frango era pequeno, ficou um pouco carregado no alho. Melhor usar no máximo de três a quatro dentes de alho para um frango pequeno ou médio. Misturei tudo e com um pincel (de cozinha, é claro) espalhei o tempero pela superfície do frango de forma homogênea.

Ah... usei também meia cebola picada para rechear o frango.

Levei a ex-ave ao forno pré-aquecido e mantive a temperatura a 250 graus por cinco minutos. A alta temperatura fez da pele do frango uma apetitosa camada crocante.

Reduzi a temperatura do forno para 150 graus. Nos 30 minutos seguintes, em intervalos de aproximadamente 10 minutos, reguei o frango com um molho de estragão (a erva) e vinho branco. Neste molho usei o mesmo vinho branco que havia reservado para o almoço: um Weissburgunder (pinot blanc) bem jovem (2011). Em meia taça de vinho, coloquei um punhado de folhinhas picadas de estragão, que levei ao fogo brando para uma breve redução. Só isso.

O acompanhamento que preparei foi bem simples: um arroz de forno com milho verde temperado com uma pitada de mistura provençal de ervas e um pouco de grana padano ralado. Ficou bom e como o forno já estava ligado, economizei energia optando por um acompanhamento também preparado no forno. Cozinha sustentável em tempos de reflexão sobre o uso racional de recursos energéticos... por que não?

À mesa, todos exerceram suas habilidades de negociação para receber o pedaço do frango que mais lhe agrada e só então iniciamos o almoço. Fiquei com a carne do peito, mas não por opção.

O Weissburgunder da Markgraefler, uma cooperativa vinícola de Baden na Alemanha, coloriu de um dourado vivo a taça (que não quebra... da Schott) e uma nota de pêssego verde bem presente se afinou com o estragão do frango. Uma acidez marcante, mas respeitosa, trabalhou a gordurinha e o alho me levou a Portugal.

Fica então aqui a dica para quem não tem padaria aos domingos ou onde a padaria não assa frango ou, simplesmente, para quem quer aquecer o coração da casa (cozinha) com a família aos domingos.

Restaurante é bom, mas em casa é melhor. Mahlzeit e na zdravie!

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