O Gambero Rosso é um grande grupo editorial italiano especializado em vinho e gastronomia de um modo geral. Surgido no final de 1986 como um suplemento do jornal Il Manifesto, no ano seguinte o grupo editou seu primeiro guia, o Vini d’Italia, o mais famoso guia de vinhos italianos, publicado desde então anualmente, inclusive com versões em inglês e alemão.
Hoje o Gambero Rosso, além de publicar o respeitado guia Vini d’Italia, edita uma revista mensal homônima, em italiano e em inglês, além de vários outros guias temáticos, como um específico para restaurantes.
O grupo Gambero Rosso, desde 1999, mantém um canal de televisão, o Gambero Rosso Channel.
E os empreendimentos do Gambero Rosso não param por aí, mantendo, por exemplo, em Roma, Nápoles, Catani e Palermo complexos gastronômicos chamados de Città del Gusto, que contam com escolas técnicas, wine bars e até mesmo estúdios de televisão.
Com o evento Gambero Rosso Top Italian Wines Road Show, que percorre diversas cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Bangkok, Singapura, Osaka e Seul, o grupo atua como verdadeiro embaixador dos vinhos italianos.
Recentemente, foi realizada a edição 2013 no Rio de Janeiro do Gambero Rosso Top Italian Wines Road Show, o evento abrange uma feira com vinícolas de diversos países, algumas ainda sem importadores no Brasil, e as Master Classes, degustações temáticas restritas a algumas dezenas de pessoas, e que são o ponto alto do evento.
A Master Class da qual participei tinha como apresentadores Marco Sabellico, um dos editores do guia Vini d’Italia, do Gambero Rosso, e de Marcelo Copello, uma das maiores e mais respeitadas autoridades em vinho do Brasil.
Dos vinhos degustados na Master Class os que mais me encantaram, por categoria, foram:
I. Le Bollicine (Espumantes):
1) Ruggeri Valdobbiadene Extra Dry Giustino B. 2011 (Ruggeri), que mostra que a denominação é capaz de produzir belos vinhos;
2) Santa Margherita Franciacorta Cuvée Annamaria Clementi 2004 (Ca’ del Bosco), um dos melhores e mais complexos que já tomei dessa incrível denominação (relembre aqui nosso post sobre a Franciacorta) e que briga de igual com os Champagnes de alta gama.
II. Brancos – todos uma gratíssima surpresa, únicos, e já prontos:
1) Pinot Grigio Cavit Collection (Cavit) 2012;

3) Sauvignon Zuc di Volpe 2011 (Volpe Pasini), outro belíssimo exemplar do Friuli Venezia Giulia, profundo, com identidade própria, branco do ano no Vini d’Italia;
4) Braide Alte 2010 (Livon), outro belo vinho do Friuli Venezia Giulia, um curioso assemblage de Chardonnay, Sauvignon Blanc, Picolit e Moscato, com passagem em barrica, e que foi o meu branco preferido.
III. Tintos:
1) Pignacolusse 2007 (Jermann), elaborado com a tânica uva autóctone Pignolo, com passagem por 18 meses em barricas, também da dinâmica região do Friuli Venezia Giulia;
2) Chianti Classico La Selvanella Riserva 2005 (Melini), um belíssimo Chianti Classico, complexo e de vinhedo único;
3) Arcanum 2007 (Arcanum), um elegante corte a la Saint-Émilion (75% Cabernet Franc e 25% Merlot) produzido na Toscana, na mesma região do Chianti Classico;
4) Vino Nobile di Montepulciano Asinone 2009 (Poliziano), um clássico, sempre porto seguro;
5) Vino Nobile di Montepulciano Vigneto Antica Chiusina 2006 (Fattoria del Cerro), um belo representante da denominação, elaborado a partir de um vinhedo único;
7) Bolgheri Sassicaia 2009, não obstante o verdadeiro “infanticídio” de beber esse clássico toscano ainda tão jovem, o vinho é incrível, e justifica sua fama;
8) Gaja Barbaresco 2008, incrível não descreve esse impressionante vinho, que mostra que tudo que se diz do lendário Angelo Gaja é a mais pura verdade;
9) Barolo Campè 2007 (La Spinetta), um belo representante dessa prestigiosa DOCG, porém ainda jovem;
10) Amarone della Valpolicella Classico Costasera 2008 (Masi), um Amarone com estilo clássico, e sempre um “porto seguro” nessa bela DOCG;

Na sequência da Master Class, ainda degustei alguns vinhos no salão principal, com destaque para os vinhos da Cavit, da Falesco e um incrível Passito di Pantelleria, da Cantine Pellegrino (Sicília).
Um belíssimo evento, com a descoberta de novos favoritos. Alla nostra salute!
2 comentários:
Bem interessante mesmo! Gostaria de ter participado da Master Class também, mas a lista de espera era imensa. Belo evento e excelente post sobre o assunto!
Acredite se quiser (se nao quiser eu provo:) mas o zona sul no seu inicio experimental na comercializaçao de vinhos/espumantes vendia
ate recentemente a linha Villa Sandi e nos primórdios o autentico Bellavista Franciacorta.
abs!
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