
O vinho chileno Almaviva é um desses vinhos cultuados no Brasil, e que não
decepciona nunca, embora seu preço tenha inflacionado muito nos últimos cincos
anos.
O Almaviva,
nos moldes do projeto californiano Opus
One (veja aqui e aqui), é uma vinícola chilena nascida em 1997 de parceria
entre a Baronesa Philippine de Rothschild (Château
Mouton Rothschild) e a vinícola Concha
y Toro.
O objetivo era criar um vinho premium chileno nos moldes dos grandes
vinhos de Bordeaux e que refletisse o
privilegiado terroir de Puente Alto, no Valle del Maipo, no Chile.
O nome do vinho vem do personagem Conde Almaviva da obra O Casamento de Fígaro, da trilogia de Beaumarchais (1732-1799), transformada
em ópera por Mozart.
Já no rótulo constam símbolos estilizados da
antiga civilização Mapuche, em uma
estratégia de marketing, buscando
trazer elementos da cultura local.
A vinícola Almaviva produz um vinho
homônimo e, nos moldes dos grandes Chateaux
de Bordeaux, um segundo vinho, o Epu.
O assemblage
do Almaviva é um corte bordalês, com
predominância da Cabernet Sauvignon,
mudando safra a safra, podendo contar ou não com determinada cepa dentre as
comumente usadas em Bordeaux.
Recentemente, juntamente com um grupo de
amigos apreciadores, degustei seis safras, 2006 a 2011, do ícone chileno.
Os vinhos degustados com os respectivos assemblages foram os seguintes:
1) Almaviva
2006: 63% Cabernet Sauvignon, 26% Carménère, 9% Cabernet Franc e 2% Merlot.
2) Almaviva
2007: 64% Cabernet Sauvignon, 28% Carménère, 7% Cabernet Franc e 1% Merlot
3) Almaviva
2008: 66% Cabernet Sauvignon, 26% Carménère e 8% Cabernet Franc
4) Almaviva
2009: 73% Cabernet Sauvignon, 22% Carménère, 4% Cabernet Franc e 1% Merlot
5) Almaviva
2010: 61% Cabernet Sauvignon, 29% Carménère, 9% Cabernet Franc e 1% Petit
Verdot
6) Almaviva
2011: 67% Cabernet Sauvignon, 25% Carménère, 5% Cabernet Franc, 2% Merlot e
1% Petit Verdot.
Podemos verificar a nítida diferença entre os
seis vinhos, com grande destaque para os vinhos das safras 2011, 2008 e 2006.
Embora todos ainda jovens, os mais maduros já começavam a apresentar notas
terciárias, em especial elementos terrosos.
Um ponto que particularmente me chamou a atenção foi a sensível melhora dos vinhos quando degustados com o bife de chorizo servido. Não sei a razão, mas com a carne, para mim
especificamente, as diferenças entre os vinhos se acentuaram ainda mais.
De qualquer forma, todos são grandes vinhos, com longa capacidade de guarda, fazendo jus à fama que têm.
Santé!
Nenhum comentário:
Postar um comentário